20 de mar. de 2010

De volta para o passado - Clara Nunes

Hoje dedicamos este post a uma das maiores cantoras que o Brasil já ouviu: Clara Nunes. Uma chance para as novas gerações conhecerem um pouco de sua obra.

Clara nasceu em Paraopeba, MG, em 12 de agosto de 1943. O pai, Mané Serrador, era violeiro e cantador de folias-de-reis. Órfã desde pequena, aos 16 anos foi para Belo Horizonte, onde conseguiu empregar-se como operária numa fábrica de tecidos.

Por essa época cantava no coral de uma igreja, ao mesmo tempo em que, ajudada pelos irmãos, concluía o curso normal. Em 1960 foi a vencedora da final do concurso A Voz de Ouro ABC, em sua fase mineira, com "Serenata do Adeus", e obteve o terceiro lugar, na finalíssima realizada em São Paulo, com "Só Adeus". Contratada pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, durante um ano e meio teve um programa exclusivo na TV Itacolomi. Nessa mesma época, cantava em boates e clubes, tendo sido escolhida, por três vezes, a melhor cantora do ano.

Em 1965 foi para o Rio de Janeiro e passou a apresentar-se na TV Continental, no programa de José Messias. Ainda nesse ano, após teste, foi contratada pela Odeon, que, em 1966, lançou seu primeiro LP, "A voz adorável de Clara Nunes", em que interpreta boleros e sambas-canções. Em 1968, gravou "Você passa e eu acho graça", que foi seu primeiro sucesso e marcou sua definição pelo samba.

Em 1972, além de ter realizado seu primeiro show, "Sabiá, sabiô" (com texto de Hermínio Bello de Carvalho), no Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, lançou o LP "Clara, Clarice, Clara", com musicas de compositores de escolas de samba e outras de Caetano Veloso e Dorival Caymmi. Ainda nesse ano, gravou o samba "Tristeza pé no chão", apresentado no Festival de Juiz de Fora, que vendeu mais de 100 mil copias. Em fevereiro 1973, estreou no Teatro Castro Alves, em Salvador, com o show "O poeta, a moça e o violão", ao lado de Vinícius de Moraes e Toquinho.

Em 1973 gravou na Europa o LP "Brasília" e, no Brasil, o LP "Alvorecer", que chegou ao primeiro lugar de todas as paradas brasileiras com "Conto de areia".



Em 1974, ao lado de Paulo Gracindo, atuou no Canecão, no Rio de Janeiro, na segunda montagem do espetáculo "Brasileiro, profissão esperança", de Paulo Pontes, que contava as vidas de Dolores Duran e de Antônio Maria. Em 1975, ano do seu casamento com o compositor Paulo César Pinheiro lançou "Claridade", seu disco de maior sucesso. Outro grande sucesso veio em 1976, com o disco "Canto das três raças".



Em 1977 lançou "As forças da natureza", disco mais dedicado ao samba e ao partido-alto. Em 1978 lançou o disco "Guerreira", interpretando outros ritmos brasileiros. Em 1979 lançou o disco "Esperança". No ano seguinte veio "Brasil mestiço", que incluiu o sucesso "Morena de Angola", composto por Chico Buarque para ela.



Em 1981 lançou "Clara", com destaque para "Portela na avenida". No auge como intérprete, lançou em 1982 "Nação", que seria seu último disco.

Clara morreu em 02 de Abril 1983, depois de 28 dias de agonia, hospitalizada após um choque anafilático ocorrido durante uma cirurgia de varizes.

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