10 de abr. de 2009

A Última Tentação de Cristo

Uma indicação de livro/filme para o dia de hoje (e os que o seguem) :"A Última Tentação de Cristo".

Escrito pelo grego Nikos Kazantzakis, o livro propõe uma re-concepção da vida de Cristo à luz não das suas virtudes divinas, mas das suas inconfessáveis fraquezas humanas. O conflito interior entre o messias predestinado por Deus ao sacrifício na cruz e o homem comum e prático que ambiciona constituir família e desfrutar de uma vida serena e tranqüila no mais absoluto anonimato.

O enredo traz Cristo como um marceneiro judeu, responsável pela feitura das cruzes com as quais os romanos crucificam aqueles que se opõem ao seu domínio. Atormentado por pesadelos e visões os quais desconhece o real significado, foge para uma espécie de mosteiro onde, através de uma decisiva e reveladora visão, toma consciência do seu papel como o tão aguardado messias. A partir de então, decide percorrer toda Israel, professando a sua crença em Deus. Acompanhando-o está um grupo de discípulos, dentre os quais Judas, grande amigo de Cristo e seu braço direito.

Em 1988 o livro foi adaptado para o cinema. Dirigido por Martin Scorcese, o filme retrata, de maneira única, alguns dos mais célebres eventos do Novo Testamento, como o batismo de Cristo por João Batista, o seu exílio no deserto e a ressurreição de Lázaro. Em todos, vemos um Jesus inseguro, orgulhoso, incerto quanto aos reais desígnios de Deus; enfim, não divino, mas humano. Mais tarde, já na cruz, à beira da morte, Cristo é tentado uma derradeira e decisiva vez a abdicar de sua responsabilidade para com a humanidade e do sacrifício na cruz como o Escolhido e assumir para si a vida de um homem comum, com esposa, filhos e uma perspectiva de envelhecer e morrer como tal...

O que vem a seguir? Não queremos estragar a história revelando as consequências de tal escolha.

A versão cinematográfica conta com Willem Dafoe como Cristo, Barbara Hershey como Maria Madalena e Harvey Keitel como Judas, além das participações de David Bowie como Pôncio Pilatus e Harry Dean Stanton como o apóstolo Paulo. A trilha sonora ficou por conta de Peter Gabriel.

Em 99,9% das vezes é melhor ler o livro do que assistir sua versão cinematográfica. Mas para aqueles que não tem paciência ou tempo, a obra de Scorcese não deixa a desejar.

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