13 de fev. de 2009

Filhos de Gandhy - 60 Anos

Uma das coisas que mais me intrigava na Bahia era o Filhos de Gandhy. Porque um afoxé baiano faria referência ao líder indiano? Nunca havia compreendido bem... Até então. Para os que também gostariam de conhecer a história deste que é um dos mais tradicionais afoxés baianos, segue um breve resumo obtido no site do próprio.


"Em 1948 os estivadores eram tidos como privilegiados, dadas às condições econômicas da época que lhes favorecia e ao fato de não terem patrões. O trabalho era fiscalizado pelo próprio sindicato dos estivadores, o que lhes conferia um certo status. Data desse ano a fundação do bloco "Comendo Coentro", composto de um caminhão em que se instalaram vários instrumentos musicais, seguido dos estivadores, trajados finamente com o que de mais elegante existia: roupas de linho importado, chapéus "Panamá" e sapatos "Scamatchia". A festa era regada a muita comida e bebida e os estivadores chegavam a alugar barracas para a farra carnavalesca. Em 1949 com a política de arrocho salarial, numa verdadeira economia de pós-guerra, o Governo Federal interviu nos sindicatos, inclusive no sindicato dos estivadores, o que fez decair a renda dos sindicalizados. O "Comendo Coentro" não pode sair às ruas devido à crise financeira que se abateu sobre os estivadores e porque eles não queriam desfilar em condições inferiores as do ano anterior. Surgiu, então, a idéia de levar um "cordão", ou bloco de carnaval, idealizado por Durval Marques da Silva, o "Vava Madeira", com o apoio dos demais estivadores arrecadaram dinheiro e foram às compras, adquirindo lençóis para serem utilizados na confecção dos trajes, barris de mate e couro, com os quais construíram os tambores utilizados no acompanhamento do cortejo. O nome do bloco foi sugerido por "Vava Madeira", inspirado na vida do líder pacifista Mohandas Karamchand Gandhi, trocando-se, entretanto, a letra "i" por "y", com a intenção de evitar possíveis represálias pelo uso do nome de uma importante figura do cenário mundial. Batizou-se então o bloco com o nome "Filhos de Gandhy"."


Em 1951 o bloco foi transformado em afoxé, por terem sido introduzidas músicas afros e o Camdomblé como orientação religiosa. Desde então o bloco traz a tradição da religião africana ritmada pelo agogô nos seus cânticos de ijexá na língua Ioruba.

Tradicionalmente a 'fantasia' dos "Gandhy" contém, além do turbante e das vestimentas brancas, um perfume de alfazema e colares com contas azuis e brancas.

O bloco, que em 2009 completa 60 anos, já conta hoje com mais de 10.000 associados.

Para mais informações acesse: http://www.filhosdegandhy.com.br/

Um comentário:

Carlos Eduardo disse...

Opa se é Marques da Silva é nois.Rs eta sobrenome comum principalmente na Bahia.
Bom nesses ótimos posts estpu aguardando o post sobre o Ilê o pai do black power baiano

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