Viajando pelo país, volta e meia nos deparamos com alguma cidade que ostenta o nome de uma pessoa. Os exemplos são vários, mesmo se descartarmos os nomes de santos como São Paulo, Santo André e Santa Bárbara.
Um pergunta que poucos se fazem é sobre quem foi a pessoa que mereceu ter seu nome dado a uma cidade. Por curiosidade própria, compartilho essas informações com vocês a partir deste post. Vez por outra aparecerão por aqui informações como estas. Começaremos por João Pessoa, capital da Paraíba.
Afinal quem foi João Pessoa?
João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque nasceu em Umbuzeiro (PB) no dia 24 de janeiro de 1878.
Sobrinho do ex-presidente da República Epitácio Pessoa, graduou-se como bacharel em Direito na Faculdade de Direito do Recife em 1904. Foi Ministro civil do Superior Tribunal Militar, do qual aposentou para se candidatar a Presidente do estado da Paraíba.
Quando ainda presidente do estado da Paraíba e já candidato a vice-presidente da República, foi assassinado, no centro de Recife, mais precisamente na rua da Palma, por João Duarte Dantas, seu adversário político, jornalista, cuja residência fora invadida por elementos da polícia, supostamente a mando de João Pessoa, que culminou com a publicação nos jornais da capital do estado de cartas íntimas trocadas com a professora Anaíde Beiriz.
Em seu governo (1928-1930) promoveu uma reforma na estrutura político-administrativa do estado e, para enfrentar as dificuldades financeiras, instituiu a tributação sobre o comércio realizado entre o interior paraibano e o porto de Recife, até então livre de impostos. Essa medida contribuiu para o saneamento financeiro do estado, mas gerou grande descontentamento entre os fazendeiros do interior, como o coronel José Pereira Lima, chefe político do município de São José de Princesa e com forte influência sobre a política estadual (João Dantas era seu aliado).
O seu legado histórico desperta certa polêmica. Os defensores de João Pessoa alegam que ele foi um combatente das oligarquias locais e se contrapunha a interesses de grupos tradicionais, embora ele mesmo proviesse de família de oligarcas.
A cidade de João Pessoa é assim denominada em sua memória. Antes chamada Paraíba (mesmo nome do Estado) a capital teve o seu nome alterado, logo após o assassinato de João Pessoa, episódio considerado o estopim da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Naquele período, foram perseguidos e mortos muitos opositores do grupo político de que Pessoa fazia parte.
A palavra "NEGO" que figura na bandeira é a conjugação do verbo "negar", remetendo à não-aceitação, por parte de João Pessoa, do sucessor indicado pelo então presidente do Brasil, Washington Luís. Além disso a bandeira foi idealizada nas cores vermelha e preta, sendo que o vermelho representa a cor da Aliança Liberal e o preto, o luto que se apossou da Paraíba com a morte de João Pessoa. Para muitos, o vermelho significa sangue derivado da violência da morte de João Pessoa e o preto o luto por isso.
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