19 de dez. de 2008

René Goscinny, o Disney francês

Já ouvi muitos dizerem que Maurício de Sousa é o Walt Disney brasileiro. Tal comparação deriva logicamente dos personagens que ambos criaram e que muito sucesso fazem entre pessoas de todas as idades. Se considerarmos a comparação um elogio, acho que em se tratando de Maurício de Sousa, o mesmo é merecido. Quantas horas passei lendo histórias principalmente do Cascão e do Chico Bento. Bons tempos.

Mas se tem outra pessoa que merece a mesma comparação, este é René Goscinny. O escritor francês é responsável pelas ótimas histórias do cowboy Lucky Luke, do Grão-Vizir Iznogoud e do gaulês Asterix.

Em parceria com Jean Tabary criou os dois primeiros.

Lucky Luke:


As história do cawboy ocorrem no Velho Oeste americano. Conhecido por atirar mais rápido que a própria sombra, Lucky Luke funciona como uma paródia ao mito dos desbravadores do Oeste Selvagem. O cowboy conta com a ajuda de seu cavalo, o famoso Jolly Jumper' “o mais esperto do mundo” e de seu cão, Rantanplan “o cão mais estúpido do universo”.

Publicado em inúmeros idiomas, suas revistas são as mais vendidas na Europa depois de Tintim e de Asterix.


Iznogoud:


A história gira em torno do Grão-Vizir Iznogoud que ambiciona ser sultão e elabora diversos planos para usurpar o trono do sultão Harun Al Mofad. O nome Iznogoud soa como o inglês “he's no good”, ou “ele não presta”.



Em parceria com Albert Uderzo, Goscinny cria seu maior sucesso: Asterix, o gaulês.


O personagem reside, com seus amigos, em uma pequena aldeia na Armórica ao norte da antiga Gália, resistindo ao domínio romano. Conta em suas aventuras com a ajuda de vários outros personagens como seu grande amigo Obelix, o cão Ideiafix e o druida Panoramix.

O humor de Asterix é tipicamente francês, com trocadilhos, caricaturas e estereótipos. As características de cada povo são expressas desta forma. Temos os godos militaristas, lembrando os alemães dos séculos XIX e XX; os bretões são fleumáticos, educados, falam ao contrário, tomam cerveja quente e conduzem do lado esquerdo da estrada; a Hispânia é um local cheio de pessoas de sangue quente e turistas; e os lusitanos são baixinhos e educados; Os normandos comem tudo com creme, e os corsos são preguiçosos e têm queijos nauseabundos.

Para aumentar os trocadilhos, todos os povos têm terminações comuns de nomes: os gauleses terminam em -ix (Asterix) e as gaulesas em -a (Naftalina), os romanos em -us (Acendealus, Apagalus, General Motus), normandos em -af (Batiscaf, Telegraf), bretões em -ax e -os (Relax, Godseivezekingos), egípcios em -is (Pedibis, Quadradetenis), gregos em -os e -as(Okeibos, Plexiglas), vikings em -sen (Kerosen, Franksen), godos em -ic (Clodoric, Eletric), e hispânicos nomes compostos (Conchampiñon & Champignon, Lindonjonsón & Nixón).

Os filmes inspirados no gaulês não fazem jus à seu potencial. A leitura de algum de seus livros é uma opção ideal de bom passatempo.


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