"Nothing you can sing that can't be sung..."

Algum tempo atrás assisti no cinema um filme do gênero musical que me surpreendeu positivamente. Geralmente não tenho paciência para musicais tradicionais, com aquela cantoria fora de hora, personagens quase caricatos e músicas chatas. Poucos até hoje me entreteram verdadeiramente. Moulin Rouge foi um deles. O outro foi Across the Universe. Acho que o que me agrada em ambos os casos é a trilha escolhida. Músicas que já gostava antes dos filmes e que deram um ar familiar à trama. Já tentei assistir Chicago três vezes mas nunca consegui avançar mais do que até a metade das aventuras (ou desventuras) da srta. Roxie.

Across the Universe, ao contrário, me deixou com vontade de assistí-lo outra vez. E depois outra, e outra... A cada nova sessão descubro novas referências aos Beatles. É quase um "Onde está Wally?". Sempre há algo escondido esperando ser descoberto.

Ao todo são trinta e três músicas dos Beatles, formatadas como diálogos. Os nomes dos personagens também foram extraídos das canções. Então temos Jude, Lucy, Prudence, Sadie, Jo-Jo, Desmond, Molly... Me surpreendeu não termos uma Eleanor.

O visual também chama muito à atenção. Os efeitos conferem, por diversas vezes, um ar psicodélico a trama. A sequência do alistamento ao som de "I Want You" é um ótimo exemplo.

Resumindo, um ótimo filme, mesmo para os que não são fãs do gênero musical. Se não forem também fãs dos Beatles, aí as coisas se complicam. Nesse caso sugiro assistir outro musical: O Mágico de Oz, mas de preferência no mudo, com o disco The Dark Side of the Moon" (Pink Floyd) como trilha. Uma experiência no mínimo interessante.

Aos fãs de Beatles, principalmente os residentes no Rio de Janeiro, a sugestão é ir ao teatro Leblon, na sala Fernanda Montenegro (se não me engano) e assistir "Beatles num céu de diamantes." 1:30 de peça que passam num piscar de olhos. Um elenco primoroso. Vale o ingresso.


Minha próxima empreitada nesse mundo será Sweeney Todd. Vamos ver como me saio.