Os chamados games musicais surgiram para mim em 2007. Já conhecia aqueles jogos de dança e os karaokes, mas foi nesse ano que pela primeira vez joguei Guitar Hero, no caso o II. A princípio não entendia a lógica daquele jogo. Uma série de cores que surgem na tela e que devem ser combinadas com um apertar de botões específico. Tá, mas e daí? Onde isso leva?
Joguei a primeira vez, "Sweet Child O'Mine". Bem, não era o Guns. Era um cover, mas bem feito. Ao final da canção tive vontade de "tocar" outra, pra ver como seria, e assim veio "Take Me Out". Quando percebi, nessa de "deixa eu ver tal música", já havia "tocado" umas 20. Aquilo era realmente divertido. Pra mim então, uma negação na prática musical, aquilo era o mais próximo que conseguiria chegar de ser um músico.
Pura coordenação motora. Essa é a melhor definição da jogabilidade. Sem desviar os olhos da tela, deve-se apertar os botões certos na hora certa. No meu caso, botões de um controle dual shock de PS2.
Após acabarem as músicas ficou a vontade de jogar mais. Resultado? Fui atrás do Guitar Hero I. Mais músicas, mais bandas e mais divertimento. E assim foi com Guitar Hero Encore the 80's e Guitar Hero III. Mas faltava algo.
Faltava a principal inovação do jogo: a guitarra-controle. Resolvi tirar o escorpião do bolso e adquirir uma. Percorri Belo Horizonte inteira e nada de achar a tal guitarra pra comprar. Acabei encontrando uma genérica, cópia da original. Ainda bem que não desisti da procura. Jogar Guitar Hero na guitarra é uma experiência completamente distinta de jogá-lo no controle. A diversão é multiplicada n vezes. O início é complicado. Apertar meros 3 botões parece coisa de outro mundo. Mas logo se pega o jeito e a cada novo botão incluído, mais divertidos ficam os jogos. A despeito da cena ridícula de um adulto com uma guitarrinha de brinquedo.
Tudo lindo, tudo perfeito. Eis que surge Rock Band. Feito pelos criadores do Guitar Hero, Rock Band apresentava uma enorme inovação. Por que tocar apenas guitarra quando se pode tocar bateria e até cantar?
No início torci o nariz pra novidade. Adquiri o jogo, bem legal por sinal, mas pra jogar só na guitarra, e ponto. O tempo foi passando, surgindo novos Rock Bands e a curiosidade em jogar na bateria só aumentava. Eis que o próprio Guitar Hero baixa a guarda e resolve lançar também a tal bateria. Bem, se até eles se renderam, porque não eu. Assim como com a guitarra, não encontrei a bateria em parte alguma de BH. Acabei comprando nos Estados Unidos, e ela veio de navio. Longos 3 meses de viagem até tê-la a minha frente.
A mesma sensação que tive ao jogar com a guitarra. Essa é a melhor explicação para minha primeira música "tocada" na bateria. E pensei: "Como fiquei tanto tempo sem uma".
Esse relato verídico da pessoa que aqui escreve se assemelha ao de outros tantos milhares de jogadores ao redor do mundo. Os jogos musicais se tornaram verdadeiros fenômenos. Suplantaram até mesmo o segmento esportes, principal filão do games desde sempre.
O sucesso dos jogos musicais reflete diretamente na indústria fonográfica. Se para a criação do primeir Guitar Hero, os produtores tiveram que implorar pelo uso de músicas famosas, mesmo que em versões cover, hoje o que se vê é justamente o contrário. Os músicos procuram as produtores visando incluir uma canção sua no repertório dos jogos.
Tal relação chegou ao ápice com o lançamento de Guitar Hero: Aerosmith. Como diz o título, o jogo tem como principal atração a onipresença da banda Aerosmith, com seus maiores sucessos, seus músicos em versão digital, além de outras bandas que influenciaram ou foram influeciadas por Tyler, Perry e cia. As vendas do jogo geraram um lucro para a banda, maior do que o obtido com qualquer dos inúmeros discos por eles lançados. Jogos musicais dão dinheiro.
Após a empreitada bem sucedida do Aerosmith, AC/DC e Metallica também ganharam versões exclusivas. Os próximos da lista são os Beatles.
Além disso, discos completos estão disponíveis para os jogadores que possuem PS3 e XBox 360, que podem adquiri-los via internet. Entre estes temos "Nevermind" do Nirvana, "Ten" do Pearl Jam, "Blood Sugar Sex Magik" do Red Hot Chili Peppers e até mesmo o controverso "Chinese Democracy" do Guns N Roses.
A batalha entre Guitar Hero e Rock Band, cada vez mais acirrada, acabou por ser benéfica aos fãs dos jogos musicais. O que importa a estes, principalmente, é a variedade e quantidade de músicas disponíveis. Com um lançamento atrás do outro, o repertório para os "shows" só tende a aumentar.
Jogos da série Guitar Hero:
Guitar Hero I, II, III, World Tour, Aerosmith, Metallica, Encore the 80's, On Tour, On Tour Decades.
Jogos da série Rock Band:
Rock Band 1, 2, Track Pack Vol1, Track Pack Vol2, AC/DC.
Para 2009 estão previstos Rock Band The Beatles, Lego Rock Band, Rock Band Unplugged, Rock Band Classic Rock, Guitar Hero 5, Guitar Hero Van Halen, Guitar Hero Smash Hits e Band Hero.
Os jogos estão disponíveis para PS2, PS3, Wii, XBox360, PC, MAC Nintendo DS e PSP.
Mesmo se você é daqueles que não suporta jogos eletrônicos, dê uma olhada nos jogos musicais. São ótimas formas de entretenimento. Em grupo então a diversão é garantida.
Um comentário:
Cara, esse jogos sao muito viciantes. Você começa como quem não quer nada e depois já tá tentando terminar as músicas com 100%
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