"Graveola e o lixo polifônico é uma oficina de experimentação, uma caixa de possibilidades poético-sonoras. São improvisadores capengas, falsários poliformes: tudo é referência na colagem musical do grupo. Das aproximações insólitas, o choque. Reagem os nomes: estética do plágio, pós-tropicalismo, culinária sonora, barroco-beat. Para além dos inúmeros rótulos auto-intitulados, mais importa a fertilidade plástica das imagens da lixofonia, o infindável e redobrável slogan que lhes constitui a lírica. Dos sotaques refinados ao kitsch, o lixo polifônico sequestra a legibilidade vomitada do pop e incorpora tudo ou qualquer coisa como ferramenta sonora, mistura o fino e o grosso a ponto de torná-los indistinguíveis. 'Eis o liquidificador, o totem'. "
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"Meados de 2004. Ao violão, juntavam-se instrumentos de brinquedo e utensílios domésticos: pianolas, flautinhas, copos, chaveiros, até uma lixeira em desuso. Por sobre as canções dos grandes nomes, enxertavam-se fragmentos amaldiçoados da cultura pop, paródias e esboços de composições próprias, oscilando entre o lirismo e o deboche.
Na despretensão das reuniões musicais, o humor levado a sério: ensaia-se a possibilidade do lixo como matéria prima. A brincadeira sem maiores propósitos aos poucos adquire dicção própria, as idéias começam a tomar corpo e uma identidade muito peculiar começa a se constituir. No som, as absorções notadamente irresponsáveis, o desajeitamento é quase proposital. No repertório que se forma, as referências vêm dos mais variados gêneros, e o trabalho autoral que se desenvolve acaba absorvendo traços de todos e nenhum deles."
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Ah, o site disponibiliza o download gratuito do cd de estréia da banda.
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